Mana, como sabes, não fiz nenhum curso de preparação para o parto. Por falta de tempo, por opção, não me pareceu ser importante, até porque quanto menos pensasse na "hora pequenina" melhor.:) Por outro lado, sempre me irritaram todos os "cursinhos", "workshops" ou "aulas" para aprendermos o que deverá já estar timbrado no nosso código genético, no nosso instinto, no nosso bom-senso e capacidade de nos informamos sobre os assuntos. Não seremos melhores mães por termos tido aulas para isso. Muito pelo contrário, parece-me. Tive um casal ao meu lado na maternidade que sacava de um bloco de apontamentos para saber como dar banho ao bebé.... Dizia ele: "não, primeiro as orelhinhas com não sei quê", e ela "não, mas a enfermeira diz que primeiro é a cabecinha depois seca-se e blá, bla", e entretanto a pobre criança tiritava nuazinha ao colo à espera que se decidissem....
Seremos melhores mães se formos mães informadas, isso é diferente.
Claro que também conheço pessoas que dizem que esse curso foi essencial, mas essas não foram as que tiveram em trabalho de parto mais de 24h para acabar numa cesariana....
Resumindo, acho que nunca se está preparada para aquele momento, que há demasiadas variáveis em jogo, e que é uma situação que não controlamos. E acho que é esse o problema das mães de hoje em dia, nas quais também me incluo: somos control-freaks. Queremos controlar os nosso filhos até no momento em que nascem. Somos modernas, um degrau acima na evolução da espécie relativamente aos nosso antepassados, temos acessos a mil ferramentas, e por isso achamos que podemos controlar o que esperamos que vá ser a nossa gravidez, a mãe que vamos ser. Já lemos o Brazelton, já lemos o Mário Cordeiro, assinamos a Pais e Filhos, já sabemos onde o nosso filho vai andar na escola, até já pensamos que sabemos como se vai comportar, basta abrirmos o respectivo capítulo para cada etapa na lista de Guias que temos em casa.
Depois, a realidade dá um soco na teoria e temos de recorrer às mesmas ferramentas que os nossos antepassados, ao bom senso, à capacidade de reagir a adversidades. Porque os bebés não vêm com manuais de instrução, e nenhuma gravidez é igual, nenhum filho é igual e nós deixamos de ser iguais ao que éramos no minuto seguinte a nos tirarem aquele minúsculo ser da barriga.
Por isso mana, a frequência de um curso de preparação para o parto é uma decisão muito pessoal. Há profissionais muito bons em todo o lado, e acredito que algumas dicas possam ser relevantes, e aprender nunca fez mal a ninguém, desde que não se encare a coisa como uma ciência exacta.
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