02/05/2012

1 ou 2

Mana, algum tempo depois de nascer o teu bebé, vais começar a ouvir a pergunta da praxe: "Então e quando vem o próximo?", e "ah e quando é que vem o irmãozinho?".... E se disseres algo como "ah ainda não, ainda só queremos ter um", e te responderem: "oh mas quem tem um tem dois" faz-me um favor, mas faz mesmo: estica a mão com força e dá-lhes uma bofetada bem dada. Isso, ou responde com uma asneira das grandes, pode ser em inglês, não faz mal. Quais "quem tem um tem dois", quais quê, mas estamos a falar de quê? De piriquitos numa gaiola? De pares de sapatos? É que se estamos a falar de filhos, sou pela psicologia da Gestalt: o todo não é igual à soma das partes. O todo é sim maior que a soma das suas partes, porque A + B não é simplesmente A+B mas sim um terceiro elemento com características próprias. Ter um filho não é igual a ter dois , e nem estou a falar de questões económicas. Ter um filho ou dois é igual para toda a gente excepto.... para os próprios pais. Ora vejamos, para os familiares, é mais um para mimar e encher álbuns de fotografias, para os amigos é mais um aniversário a anotar no calendário. Para os pais, é mais um ser cuja vida depende deles e, no dia-a-dia, mais um banho, mais um jantar para dar, mais um para ajudar a vestir e calçar, mais uma série de noites sem dormir, mais uma ida às urgências em situações de doença, mais uma ida e vinda à escola, mais uma birra para gerir, mais um colo, e ainda só me refiro à idade da infância...O problema não está no amor para dar, que esse é mais que muito e gere-se a dobrar, o problema é a gestão desse amor num mesmo espaço de 24h, quer se tenha um ou dois filhos, porque não é por se duplicar a prole que o dia duplica também para 48h....

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